terça-feira, agosto 29, 2006

True Love

Tenho a mais forte convicção que ninguém no mundo ama como eu. Que ninguém dedica a respiração e a transpiração a alguém como tu. Não é fácil encontrar quem largue tudo e tudo dê, pela simples sensação de te ver uns segundos, estar contigo dois minutos, ou cheirar aquele perfume a sono dormente, que te leva a adoptar aquela face de algodão, como quem sorri para mim e diz que me gosta. Se me deito na cama e me cubro com um lençol de fotografias nossas e um colchão de memórias, é para não te largar nem no sono, porque tal como os Aerosmith cantaram no último post, the sweetest dream will never do, I still miss you babe, e 2 minutos vividos valem mais que uma noite de um sonho lindo.
Não sei se algum de vocês costuma ficar a olhar para a face da vossa cara metade enquanto esta dorme. Acho que é das visões mais bonitas que se pode ter. O sono traz o melhor de cada um para o exterior. Não há expressão mais bonita que a da Bela Adormecida, com os olhos fechados e a boca semi-aberta, com os labios fofos, como quem espera um beijo mas não quer ser perturbada. É uma dádiva. Sempre que posso decoro cada milímetro quadrado de pele, cada segundo de respiração. E farei o mesmo quando for pai, com os miúdos. Acho que é daquelas coisas que nos traz uma paz interior que não se compra em lojas, em canais de televendas ou na mercearia mais perto de casa. É como sair do banho e estar enrolado na toalha uns minutos, como ir à varanda de madrugada, antes de ir para a cama, ver estrelinhas e mandar-te um beijo de boa noite por sms, como apagar todas as luzes da casa e ficar quieto, sentado, no silêncio, a esvaziar pensamentos. São coisas de que nunca abdico e que talvez um dia partilhemos, debaixo do mesmo tecto, dos mesmos ideais e dos mesmos objectivos. Quando tivermos um Pedro, uma Sofia, uma Maria e um João, traquinas, a correr pela casa e a partir aquele jarro, de valor inestimável, que os teus pais decidiram oferecer no nosso casamento, quando fizermos aquele ar de "pais-super-chateados", mandarmos os miúdos de castigo e ficarmos na sala a rir da nossa pseudo-autoridade... vai ser aí. Estaremos perfeitos.

terça-feira, agosto 22, 2006

Miss You.



I could stay awake just to hear you breathing
Watch you smile while you are sleeping
While youre far away dreaming
I could spend my life in this sweet surrender
I could stay lost in this moment forever
Every moment spent with you is a moment I treasure

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
Cause Id miss you baby
And I dont want to miss a thing
Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
Id still miss you baby
And I dont want to miss a thing

Lying close to you feeling your heart beating
And Im wondering what youre dreaming
Wondering if its me youre seeing
Then I kiss your eyes
And thank God were together
I just want to stay with you in this moment forever
Forever and ever

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
Cause Id miss you baby
And I dont want to miss a thing
Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
Id still miss you baby
And I dont want to miss a thing

I dont want to miss one smile
I dont want to miss one kiss
I just want to be with you
Right here with you, just like this
I just want to hold you close
Feel your heart so close to mine
And just stay here in this moment
For all the rest of time

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
Cause Id miss you baby
And I dont want to miss a thing
Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
Id still miss you baby
And I dont want to miss a thing

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
I dont want to miss a thing.



Aerosmith - I Don't Wanna Miss A Thing



Para mim, a primeira estrofe, em especial, é amor.

segunda-feira, agosto 21, 2006

She loves me, she loves me not

Não gosto de calçado que ponha os dedos dos pés à mostra. Não gosto de unhas pintadas. Não gosto de maquilhagem e grandes adereços. Não gosto de ter a vida programada. Não gosto de sair sóbrio. Não gosto de cortes à ultima da hora. Não gosto de planos falhados. Não gosto de beijos forçados. Não gosto de me arrepender. Não gosto de ouvir músicas que para mim são tudo mas que não te dizem nada. Não gosto de tomar banho à pressa. Não gosto de ler "porque tem de ser". Não gosto de ter conversas que me passam completamente ao lado. Não gosto de ser hipócrita. Não gosto de sorrir constantemente quando a vontade para o fazer é nula. Não gosto de fazer grandes planos contigo e levar com a tua surpresa. Não gosto de poses superiores. Não gosto de saldos. Não gosto de me sentir sem dinheiro. Não gosto de não ser retribuído na mesma moeda. Não gosto de religião nem de coisas não palpáveis. Não gosto que me lembres o que sou. Não gosto de perguntas ingénuas. Não gosto de ter de explicar algo básico. Não gosto de ser ensinado. Não gosto de esperar. E não gosto que gostes de muita coisa que eu não gosto.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Ataraxia pura.

"É ataraxia!", diz-me o psicólogo, depois das análises revistas vezes sem conta. Nunca vi disto, sinceramente. Nem o médico me sabe diagnosticar, não sabe se é doença e caso seja, qual será. A explicação mais próxima da realidade é essa mesmo, a ataraxia. Sou desligado das preocupações exteriores e não faço grande coisa para as mudar, simplesmente porque não me incomodam. Quer saber o que acho, médico de canudo obtido na primeira universidade que deixou atrasados mentais formarem-se em medicina, quer? Acho que para psicólogo deveria saber curar o amor! Sim, o amor é uma doença, não lhe ensinaram isso no curso? Obriga-nos a desligar do mundo exterior, ficar apáticos com o que supostamente nos deveria revoltar! Ou chamar-lhe-ei, no seu termo médico, ataraxia? Deduzo então que estou ataraxiado por alguém! Hmm, se calhar é mesmo isso... alguém me ataraxia de tal forma que não me sinto capaz de me revoltar com o que quer que seja. Será que se explodir estarei curado? E se a cura for o fim? Então prefiro ficar doente. Se calhar sofro de ataraxia. Não pode ser, tenho de achar a cura. Tem de haver uma cura que satisfaça ambas as partes, não há outra hipótese! Não vou descobrir a cura sozinho, vens comigo, nem que tenha de te pegar por um braço! A descoberta vai ser positiva, prometo. Estou a lutar, estou a curar-me. Um dia deixarei a ataraxia. Espero não deixar de amar também.


Desde que vi o "Lucky Number Slevin" que fiquei com o desejo de escrever algo relacionado com a ataraxia, em que a palavra aparecesse até à exaustão, et voilá.

Gone in 60 seconds.

Puxo-te os cabelos e grito-te bem alto o quanto te amo, obrigo-te a implorar por mais e cravo-te as unhas nas costas, com força, até fazer ferida e sair sangue. Deito-te na cama e mordo-te o pescoço, qual vampiro sedento, domino-te os membros e deixo-te fragilizada. Arranco-te a roupa com violência, meia rasgada, meia sangrada. Olho para o teu corpo nu e rio-me na tua cara, empresto-te mais umas lapadas na cara e nas costas, maltrato-te como bem me apraz e deixo-te ali, despida, sem força. Olho para ti e volto à carga, abro-te as pernas e penetro-te com a maior intensidade que já sentiste. Mal te consegues mexer de tão fracos que estão os musculos. Só te obrigo a gritar, cada vez mais, cada vez mais alto, e cada vez com mais sentimento. Amas-me, dizes tu. E em troca deixo-te mais umas marcas no corpo. Faço de ti o que me apetecer e nem a protestar tens direito, não estivesse a tua boca já cheia de feridas de alguns golpes ali disferidos. Pego-te pelos cabelos encaracolados, faço-te arrastar nesse estado lastimoso, prendo-te os braços e penetro o mais fundo que consigo! Contrais-te completamente, o que te dá direito a mais açoites e outras regalias. A sensação de prazer é tão fugaz como um arrepio numa tarde de verão, já que é apagada prontamente pela dor (ou será até aumentada?). Ponho-te nas posições que mais prazer me dão e ainda me dou ao luxo de me aproveitar de algumas que sei que detestas, só pelo prazer de saber que não gostas. Tudo sem nunca te dar descanso, afinal de contas estás ali é para me dar prazer, nada mais! O fim está próximo, mando-te então de encontro a uma parede áspera, ficando de costas para mim, zorrando-te no granito como lixa, e dando-me cada vez mais prazer. Vais morrer ali, e eu vou apenas ficar a rir, ao ver-te indefesa. Recolhes-me dentro de ti, vais perdendo a força nas pernas, deixas-te cair, devagar e ficas ali, deitada, de olhos semi-cerrados, a olhar para mim com olhos de piedade. Piso-te, indiferente, enquanto me dirijo às minhas vestes. Olho para ti uma última vez, com o maior desprezo que consigo, insulto-te e dirijo-me à saída. "Amo-te", disse-lhe eu. E nunca mais a vi.

Si tu te vas.

Vejo-te partir, como quem descobriu um novo olhar. Cinjo-me ao meu mundo e retrato-me, fiel aos meus princípios. Não deixo de te amar por partires, não deixo de te desejar por não te ver nem deixo de me revoltar por não ficares. Ficar privado da tua imagem tornar-se-á um vício involuntário, bem como suspiros deixados ao vento, envoltos em gritos de saudades e murmúrios desconsolados. Sou chão de lama e paredes mal pintadas, visto-me de luto pela minha alegria sumida e rejubilo com o novo ser que nascerá. Afinal de contas algo terá de mudar. A ser que seja eu, que largue esta vestimenta cansada de ser sempre afável e que me transforme numa roupa de verão, de calção e havaiana num dia tórrido. Ver-te partir será como obrigar-me a ir para a praia ao domingo, sem companhia; infestar-me de gente que não me diz nada e no fim atravessar um caminho atestado para chegar a lugar nenhum. É ficar a amargurar-me pelo caminho sobre os caminhos que poderia ter tomado para evitar o trânsito, para escapar a alguns buracos no asfalto e a algumas buzinadelas de quem a meu lado trava a mesma batalha. E no fim, o resultado é sempre o mesmo... estou sozinho. Choro-me pela bochecha abaixo, embrulho-me num lenço de papel e olho-me. Sou o retrato despedaçado do que poderia ser. Do que deveria ser. Do que queria ser. Mas só o seria contigo, e isso... é história. Que farei dos meus sonhos, se todos se interlaçavam em ti? Rasuro-os e crio novos, sem inspiração alguma, só mesmo na ânsia de chegar a algo palpável, algo que me faça mover de encontro a um novo patamar emocional. Porque o que me move são as emoções. São dias de lamento, dissabores e angústia. É tudo o que me deixas e tudo o que ainda absorvo de ti. Que seja! Se é teu, que venha a mim! Sou assim, aspiro-te e interiorizo-te como se de pepitas de ouro para o meu organismo te tratasses. E deixo-me ficar, qual monte de destroços intergaláctico perdido numa órbita lunar... Encolho-me, olho para cima, estás tu a olhar para mim, com ar de compaixão. So me ocorre relembrar-te, não fui feito para me lamuriar, no dia em que partires, não vai ser neste estado de espírito que me encontrarás.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Utopia de um dia


Foto das minhas estrelinhas coimbrenses.


Sinto falta, nao o posso negar. Se não o sentisse não o escreveria. Se não o escrevesse não me aliviaria. Se não me aliviasse explodiria. Estares longe não ajuda, mas não é factor decisivo. Quantas e quantas vezes estás mesmo aqui e mesmo assim tão longe. Quase que te toco, por vezes, mas não passa disso mesmo, o simples e vácuo toque. Prendo-te e largo-te, amo-te e odeio-te. A minha ataraxia deixa-te voar, e tu até que agradeces, nesse jeito de quem pouco sabe e ainda menos quer descobrir. Se calhar vou ser eu a, um dia, ensinar-te como se deve viver, mas até lá a vida é longa, os dias curtos e as noites infinitas. Já conheço o vidro da minha janela de cor, bem como o meu tecto de estrelinhas. Um dia havemos de o ver juntos, um dia faremos tudo juntos. Até lá, pode ser que apareças, como quem diz bom dia a um bebé depois do primeiro sono. Aí vou saber, encontrei o que sempre procurei.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Someone that cannot love

Considero o David Fonseca um génio na arte de bem escrever. Aqui está o melhor exemplo, na minha opinião. Aproveito e retrato-me, bem como a uma grande fatia mundial. Faz pensar...

You locked up your heart
You wake up with tears and stars in your eyes
You gave it all to someone that
Cannot love you back

Your days are packed
With wishes and hopes for the love that you've got
You waste it all to someone that
Cannot love you back

Someone that cannot love

Love, ain't this enough
You push yourself down
You try to take comfort in words
But words
They cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more

You secretly made
Castles of sand that you hide in the shade
But you cannot hold the tides that break them
And you build them all over again

You talk all these words
You make conversations that cannot be heard
How long until you notice that
No one is answering back

Someone that cannot love

Love, ain't this enough
You push yourself down
You try to take comfort in words
But words
They cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more

Love, love, ain't this enough
Pushing around
You try to take comfort in words
But words
Well they cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more

Someone that cannot love

Someone that cannot love
Someone that cannot love

Love, ain't this enough
You push yourself down
You try to take comfort in words
But words
They cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more

Love, love, ain't this enough
Pushing around
To find little comfort in words
But words
Well they cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more

You know they'll bruise you more
Words they will hurt you more
Words they will hurt you more

Yes they'll bruise you
Someone that cannot love
Someone that cannot love


Se adorarem cada palavra, como eu, um obrigado.

Noite volvida


Acordo num quarto quadrangular, cinzento, sem janelas e com cerca de 4 metros quadrados. Há luz, embora não se vejam lâmpadas ou projectores. Apenas há luz. Analiso cada milímetro da parede em busca de algo que me posso tirar dali. Nada. Nem uma falha na pintura, nem uma racha na parede, nem o mínimo sinal de fragilidade. Mesmo sabendo que o cimento não cede ao punho humano, tentam-se uns murros em busca da sorte. Nada. Em breve deve acabar-se o oxigénio, imagino. Não há nada a fazer. Se ali fui parar alguma razão teve. Se for para sair, sairei. Deixo o tempo passar... mais um pouco. Mas um pouco... até sentir o oxigénio a falhar. Aí já começo a perder as esperanças... Penso no que fiz, no que tenho, no que poderia ter tido. Vens-me tu à cabeça, como sempre. Na antecipação mental sempre foste mestre, chegavas-me sempre primeiro à memória que o resto das coisas. Lembro-me das risadas, das vergonhas e das entregas. Revivo o beijo mais intenso e o orgasmo perfeito. Incrível como num espaço fechado à circulação te fizeste sentir, assim, do nada. Afasto-te por uns segundos, só para não ir embora sem guardar um cantinho ás restantes pessoas que me são queridas. Estou no colo do meu pai, com 5 anitos, a ver o porto e a chamar nomes aos jogadores do Benfica; estou deitado na cama da minha mãe, a roubar o lugar ao meu pai, que quando me chega me leva ao colo para a minha cama; estou na escola a conhecer colegas novos que ficam para sempre; estou a ter a minha primeira paixão juvenil; estou a conhecer o amor e a dor; estou a crescer; estou adulto; estou contigo, novamente, entrelaçados em carinho e amor que nunca nos abandonam, nem por paredes forradas a cimento e enchidas a betão. Corro a vida em 3 segundos e volto a ti. Foi rápido, tive saudades, porque se o oxigénio se esvai não poderei voltar mais a ti, nem a nós. Largo todos os outros pensamentos que tenho, no momento. Só te quero a ti, ali, comigo. A respiração ta a fraquejar. Os pulmões já não devem durar muito. Sente-se o oxigénio a falhar, é ar respirado a entrar novamente. O ar é rejeitado, já não serve para estes pulmões selectivos! Oxalá pelo menos hoje não fossem tão selectivos como o coração, não preferissem apenas um e só um tipo de objectivo. Aperto-te a mão com força, vou levar-te comigo, vá para onde for. Últimas résteas de força são reservadas para te beijar os lábios... e soltar um 'Amo-te', fraco, mas do mais sincero que já foi ouvido. A mão perde a força, a cabeça desiquilibra-se e... o despertador toca. Começo a ter medo de ir dormir sem te ter aconchegado bem o coração.