Bom dia.
É um barulho de uma respiração calma, vestida de branco, que me acorda do sono de uma noite longa. Os olhos abrem-se com uma lentidão de quem não sabe se já quer acordar. Ainda bem que o fizeram. A primeira imagem captada é a tua, a olhar para mim, deitada ao meu lado, a passar-me a mão pela face. "Bom dia...", dizes-me tu, com a voz mais doce que consegues escolher e o sorriso mais lindo que conheço. O ambiente é claro, leve, angelical. Um quarto branco, com lençóis brancos e mobília clara, cuja cor fica à tua escolha. Fazes aparecer um tabuleiro no nosso meio, com manga, sumo natural e bolachas amanteigadas. Tomamos o pequeno almoço como duas crianças a lanchar em casa dos avós. No fim, ofereço-me para arrumar o tabuleiro. Mas engano-te, deixo-o mesmo ali ao lado da cama, vou para cima de ti, devagarinho que de manhã os músculos não dão para mais, cubro-te de beijos, carinho e tatuo-te palavras bonitas pelo corpo. Colo-me e a ti e aqueço-me enquanto te aqueço, que este frio matinal nunca é bom de se sentir. O sagrado ritual de remoção de genes e partículas prejudiciais ao organismo espera-nos. O banho. Entramos agarradinhos, a tiritar de frio. Estendo eu o braço para abrir a torneira da água quente, já que insistes em não me querer largar para o frio não te tocar. Já está bom. Lavo-nos e seco-nos, com aquele toalhão azul-bebé que eu adoro. Tenho de me despachar, entro meia hora mais cedo que tu, deixo-te semi-nua na cama, com o toalhão a cobrir-te. Já vestido, sento-me ao teu lado, beijo-te como quem não quer ir embora nunca. "Haverá melhor maneira de começar o dia?", pergunto-te eu. O teu sorriso diz tudo. Deixo-te o meu perfume a fazer companhia e parto para o mundo real.
1 Comments:
és é um daqueles, que sabe bem reler *
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