Certezas efémeras.
Acarretando o cepticismo que me acompanha desde sempre, vejo a minha fé desvanecer-se entre dois dedos de conversa. A religião nunca foi o meu forte, mas sempre fui um Homem de fé. Acredito em muitas coisas. Acredito até no que não devo. Mas acredito. Afinal sempre é possível ser-se um Homem de fé e de ciência em simultâneo. Bem no fundo, somos todos iguais, biliões de pessoas encurraladas num labirinto em forma de globo, à procura não da saída, mas dos melhores caminhos a percorrer. São palavras vazias, as que vos trago hoje. Vazias de fé e sem caminhos palmilhados a ouro, deste circo de feras. São letras sem espessura e frases sem largura. O optimismo vira-me a cara, senta-me na poltrona e atira-me almofadas de realismo. Talvez um dia lhe consiga responder. É costume dar-me bem com ele, mas como qualquer bom casal temos direito ás nossas divergências. E das grandes, por vezes. Haja coerência e racionalidade, há sempre um consenso possível nestas situações. Vou esperar por dias melhores, escrever Amor já foi bem mais sedutor, o meu espírito guerreiro não veio comigo, ficou... preso algures quando nasci. Qualquer dia reclamo-o à minha mãe, que tem para dar e vender. Se calhar é esse o segredo dela, tem dois espíritos guerreiros. Olhar para dentro de mim não é cativante, mas vale sempre a pena ver o que se passa por cá. Se forrar a caixa craniana a papel de embrulho colorido é certo que o dia fica mais bonito. Talvez tente, um dia. Até lá, deixo que a fé continue a desvanecer-se. Nunca gostei de ir à missa. Algum dia haveria de perceber porquê.
2 Comments:
'Olhar para dentro de mim não é cativante, mas vale sempre a pena ver o que se passa por cá.' para ti talvez não o seja, para os outros, ou para aqueles que o podem fazer, é um mimo para os olhos.
Não tens mesmo noção de ti.*
Tu não sabes o que é olhar para dentro de ti então.
*
Vanessa
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